O sonho persiste - o ideal prossegue
Nos grandes parlamentos multiculturais do mundo, já se observa claramente o alto custo de se manter tradutores para diversos idiomas, e qualquer deles que busque padronizar os diálogos é tido como supremacia de uma cultura sobre as demais, abrindo sempre divergências que se arrastam intermináveis, impedindo ou dificultando o entendimento entre agentes da diplomacia global.
O mito da torre de Babel permanece até hoje enraizado nas culturas dos povos. Remonta-se à sua existência bíblica para justificar a diversidade de línguas e de idiomas, a se espraiarem na Terra, se constituindo no vernáculo que cada nação ou povo maneja para seu diálogo uns com os outros.
E estes idiomas são hoje base de sustentação de ideologias, de impérios econômicos, refletores de pensamentos políticos e filosóficos diversos, nunca esmorecendo a ideia de uma língua neutra que pudesse ser veículo da manifestação da solidariedade universal.
Por volta do ano de 1887, o médico oftalmologista polonês Luwik Lejzera Zamenhof apresentaria ao mundo a gramática do Esperanto, contendo apenas 16 regras, com sustentação em diversos idiomas já existentes, buscando a simplicidade para sua construção fraseológica. Zamenhof tinha como sonho que as criaturas humanas tivessem uma língua neutra como segunda fala, se valendo dessa ferramenta para expressar a neutralidade política e de raças, edificando uma sociedade justa, solidária e fraterna, sem abolição das línguas maternas de cada povo.
O sonho persiste.
O ideal prossegue.
Nos grandes parlamentos multiculturais do mundo, já se observa claramente o alto custo de se manter tradutores para diversos idiomas, e qualquer deles que busque padronizar os diálogos é tido como supremacia de uma cultura sobre as demais, abrindo sempre divergências que se arrastam intermináveis, impedindo ou dificultando o entendimento entre agentes da diplomacia global.
Um idioma neutro, sem vínculos de interesses argentários, sem raízes na cultura da dominação dos grandes impérios e blocos hegemônicos traria a condição da neutralidade tão desejada, aproximando os diferentes para a costura de acordos de paz, que pusessem fim aos conflitos e atritos que periodicamente estrugem no planeta, ameaçando a vida.
Sua adoção muito iria contribuir para facilitar as comunicações, abrindo campo para os intercâmbios com base na fraternidade legítima e no resgate da confiança mútua, até que se possa instalar no coração da criatura humana o idioma universal do amor, exarado por Jesus Cristo no Sermão da Montanha.
A plena compreensão do outro, isento de julgamentos arbitrários.
A convivência pacífica, sem movimentação de artifícios no terreno pegajoso do fingimento e da intolerância.
O diálogo sem subterfúgios, ainda muito comum nas almas pequenas, interesseiras e frívolas.
O fortalecimento do interesse pelas dificuldades do outro, c riando pontes de auxílio desinteressado, sem o olhar de cobiça ou de aniquilamento do semelhante pelo simples fato de pensar diferente do seu opositor.
Certamente que o sonho de Zamenhof prossegue em grupos diversos, que trabalham como formiguinhas ativas para disseminar o idioma da esperança em diversos veículos de mídia e na internet, acessando muitos corações desenganados e desencantados com o atual cenário da Babel mundial, onde se fala muito e se escuta pouco.
Até mesmo entre cônjuges o idioma está difícil. Amigos que se estranham por questões políticas. Amizades antigas que se esfacelam por divergências de natureza religiosa.
Amigo, amiga, se adotaste o Evangelho como base de tua existência, teu idioma passou a ser a compreensão. Se prossegues com Jesus, tua língua torna-se o amor.
E se aceitas os testemunhos na pauta da alegria da ausência de revolta, teu falar se converteu em linguagem que prescinde de verbetes e letras.
Quem te vê, te compreenderá.
Quem te escute, entenderá.
Quem te observe, seguirá teus passos.
E nessa marcha, Jesus será sempre teu intérprete nos embates da evolução, a caminho da união divina.
Autor: Marta (Espírito)
Psicografia: Marcel Mariano
Bocaiúva/MG, 21.05.2023
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